8 de janeiro de 2008

MINHA CASA MORADA por Cassia

Sou Cássia, tenho 21 anos. Vou falar um pouco de algo que sempre fez parte de mim e que há tempos atrás já me incomodou muito
,
mas eu percebi que essa mesma coisa
aliada
a uma outra coisa importante
me fez perceber valores
.
São elas a timidez e a amizade
.
Eu sempre fui uma garota muito tímida. A timidez sempre me pareceu um grande problema nas relações. Tanto com os outros, quanto comigo mesma
.
Eu vivia fechada num mundo onde havia apenas meus pensamentos.
De repente um livro um caderno, uma caneta.
Havia muitas dificuldades em fazer amizade e ser aceita em algum grupo
.
Eu sempre buscava alguma identidade coletiva, que, na verdade não era verdadeira nessas relações. Coisa que eu percebia logo e desistia de buscar porque aquilo me soava falso, então eu nunca podia me satisfazer com aquilo
.
Uma coisa que eu sei das minhas viagens comigo mesma, é que eu posso viver dentro de inverdades para os outros, de fora, se assim eles enxergarem, mas não posso viver isso pra mim
.
Eu tenho certeza que a pior sensação do mundo é perceber que eu trai a mim mesma e o tal de pingo de integridade no qual você pode viver realmente sendo você. Isso é muito importante
...
As coisas começaram a mudar, quando eu conheci o pessoal do extremo sul e do F.A.C.A., pessoas unidas por uma causa em comum, mas seres humanos subjetivos, o que implica no desenvolvimento das relações, que são complicadas
.
Nesse grupo de amigos eu senti que posso ser eu mesma, sem que tenha que me definir como algo. Onde eu posso errar, viver, pensar o que quer que seja, estarei sempre sendo eu, por diversas que as opiniões sejam e sempre teremos cada um o seu lugar dentro desse grupo
.
Algo que sempre prevalece é esse algo em mim, eu sinto que a liberdade de ser o que sou
.
Mesmo que inconstante e indefinido
.
Sinto-me mais ou menos como na frase do Gandhi, que eu não vou lembrar, mas que é mais ou menos assim:
Eu não quero minha casa morada, não quero nem ao menos janelas, quero que todas as culturas circulem o mais livremente possível, mas não me deixarei dominar por nenhuma delas.

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