6 de março de 2008

Da Bahia para o Lucélia - por Seu Vivaldo Néri


Partida: Boa Sorte, Bahia...

...Destino: Jd. Lucélia
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Estava lá na BAHIA com 20 anos, a vida lá era mais difícil, a gente saía para procurar uma vida melhor. Era jovem, queria ganhar dinheiro, conhecer SÃO PAULO que era a cidade mais famosa do BRASIL, na esperança de uma vida melhor.
Cheguei aqui em 1972, morei em outro bairro, Água Funda com irmãos e primos, eram bem uns seis rapazes solteiros. Todo mundo era pai, mãe e filho, todos juntos, só homens. Fiquei morando lá por seis anos. Não, não! Não eram seis anos, eu morei lá 8 anos. Aí conheci minha esposa. Em 79 nos casamos e eu saí de lá, fomos morar na Vila Missionária, onde morei pouco tempo, somente 10 meses. Foi onde minha filha SILVIA, a mais velha, nasceu em 80.
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Logo viemos morar no Jd. São Pedro, aqui no Grajaú, na casa da minha irmã Adelaide, onde permaneci por 3 anos e foi onde meu segundo filho nasceu, MAURO SÉRGIO, em 81. Em 1982 começou o loteamento do Jd. Lucélia, foi quando consegui comprar um terreno, construímos a casa em 1984 viemos morar aqui no Jd. Lucélia e neste mesmo ano nasceu meu filho WELLINGTON.
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Nunca me arrependi de ter vindo pra cá, para mim o melhor lugar do Brasil é São Paulo e o Grajaú sempre foi muito bom pra mim.
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Pode ter lugar melhor, mas pra mim aqui é muito bom. Daquele tempo para cá o GRAJAÚ melhorou muito, mas tem muita coisa ainda pra melhorar. O pior é que o Grajaú é muito longe da cidade, a gente passa por todas as vilas e só vai fiar no final, encostado na balsa, meu! É longe demais! Tá loco!
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Em questão de ser sossegado, naquele tempo era até pior, a gente estava construindo aqui e nos roubavam direto. Roubavam material, roubavam tudo dentro das casas. Agora não se vê mais falar disto. Naquela época tinha muita chacina, me lembro de uma que mataram sete de uma vez. Bem, naquele tempo! A única vez que eu fui assaltado foi naquele tempo, bem aqui no Jd São Pedro que até levaram minha aliança.
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Um ponto negativo [do Grajaú] para mim é o transporte, é muito longe do centro da cidade e o transporte que temos está precário, as ruas para cá são muito estreitas, o transito é grande, parece que estamos num beco. Nesta avenida BELMIRA MARIN é um carro atrás do outro, se para um, pronto, já causa o maior transito e tem ainda estes caminhões de entrega que complicam ainda mais esta situação.
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Eu só posso fala por mim, e para mim aqui está muito bom, gosto muito do Grajaú.
*Transcrito por Wellington Néri, educador, artista prático e grafiteiro para o Expresso Balaio Cultura Grajaú - http://balaiocultural.blogspot.com/

2 comentários:

israel jose de santana neto disse...

eu me lembro bem disso,pois eu morei ai e nessa êpoca eu tinha 7 anos e esses 7 que mataram na chacina a minha mae(in memorian)conhecia a dona.si....viúva si da rua 12 nº1 a primeira casa e crescer no bairro jd.lucélia....e saudades..abç

fernanda disse...

cada lembrança puxa outra, lembranças vivas e registros importantes de uma caminhada...
grande abraço